No mês passado o meu amigo Veiga, que juntamente com outros artistas/amigos está a dinamizar S. Luis, convidou-me para participar numa exposição colectiva.
A exposição ia ter lugar em S. Luis (perto de Milfontes) no dia 14, na porta 14 e onde outrora viveu o senhor 14. Parece rebuscado mas não é, basta os astros se alinharem e acontecem coisas boas como esta foi. Muitos artistas, da música ao estilismo, passando pelo teatro, fotografia, ilustração, comida e um excelente ambiente.
Quando fui ver o espaço, fiquei logo cheio de pica, estamos a falar de uma casa antiga mas que ainda tem as mobílias da senhoria e uma quantidade enorme de velharias dignas de serem expostas. O espaço que me calhou foi um quarto, e pensei que em vez de levar um trabalho qualquer para expôr, iria pensar num tema que encaixasse naquele quarto. Normalmente o nosso quarto é onde sonhamos, a cores ou a preto e branco, sonhos bons e sonhos maus, é a nossa intimidade, é onde estão os nossos segredos.
Mas será que para sonharmos ou chamarmos de quarto a um espaço ele terá de ser limitado pelas paredes?
O ensaio que faço é isso mesmo, pessoas a dormirem e provavelmente a sonharem num espaço aberto ou fechado, mas que não é um quarto convencional.
Será o quarto tão simplesmente o sítio onde sonhamos?